quinta-feira, 4 de março de 2010

Marketing Gospel, a "Arapuca Santa"

Como estudande de Publicidade e Propaganda tenho visto e analisado qual a propaganda as igrejas tem feito do evangelho. Usam slogans e títulos de efeito como "Esse ano vai ser 10!", "Ano da Colheita Sobrenatural" e etc. Slogans táticos no mercado são usados para agregar valor ao produto ou serviço do qual é feita uma ação de marketing e publicidade, para que este seja vendido e aceito com mais facilidade. Agregar valor nada mais é que dar algum significado emocional (e no nosso caso carnal) como status, satisfação, estilo, a um produto ou serviço, fazendo as pessoas não comprarem só pela utilidade do mesmo, mas pelo que se tornam comprando aquilo (se a publicidade do fusion passa uma mensagem de status, então se o comprar terei status). A pergunta que faço é: qual evangelho as pessoas andam "comprando"? O das promessas heréticas que não estão na bíblia ("valor agregado")? Ou o da Cruz ("real utilidade do produto")?

As igrejas agregam valores ao evangelho quando prometem mais do que a bíblia promete. Para que? Para o evangelho ser mais facilmente aceito (e não realmente aceito), para trazer as pessoas para dentro da igreja, numa "arapuca santa" (ouvi essa expressão da boca dum Pastor). Usam a desculpa que Deus deu essa palavra, que Deus mandou profetizar que esse é o ano da vitória, um pouco diferente do que Deus faz na bíblia não é? Em nenhuma passagem Jesus nos promete algo do tipo ou nos manda "profetizar" algo assim, o que vemos é que temos que ser participantes do sofrimento da Cruz e que teríamos aflições e estas poderiam surgir a qualquer momento, porém deveríamos nos alegrar em entender e conhecer a Deus - Jeremias 9:23,24.

Alguns usam a desculpa de que "não, não é que o ano vai ser dez, é que o ano com Deus vai ser dez". Como que uma pessoa que não conhece nada de Jesus, não sabe quem é Deus, cheia de problemas, dívidas, ou mesmo com alguma ambição nojenta para um Deus que pode dar coisas para ela vai ter esse entendimento? Propaganda mais que enganosa, fazendo as pessoas buscarem o evangelho como a solução das suas vidas e não como sua própria vida.

Se as igrejas fossem empresas, o CONAR (Conselho de Autorregulamentação Publicitária) ia rir e falaria:

"Vocês não conhecem nem o produto que vendem. É uma pena, por que ele é o mais espetacular que até hoje vimos, melhor que Bombril".

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