A alegria do Senhor

Muitos pensadores já escreveram sobre a alegria. Não foram poucos os que chegaram à conclusão de que esta só é completa quando compartilhada. Ninguém comemora sozinho um aniversário nem se contenta em festejar suas conquistas se não estiver cercado daqueles que mais ama.
Assistir a um por-do-sol pode ser maravilhoso, mas só é perfeito quando temos alguém ao nosso lado. Assim são as coisas engraçadas que presenciamos: não tem muito sentido se não tivermos um amigo junto para aumentar a gargalhada.
Imagino que esse traço do nosso comportamento seja aplicado também a Deus. Ao criar um mundo perfeito, cheio de maravilhas, em que tudo era bom, o grande Eu Sou viu a necessidade de dividir essa dádiva. Não haveria razão para existir tanta beleza se ela não fosse contemplada por outros seres que a pudessem apreciar.
Um poeta escreve com o objetivo de ser lido, um músico compõe esperando que sua melodia seja ouvida, assim como um pintor deseja ver seus trabalhos expostos para o maior número de pessas que puder reunir. "E Deus viu que ficou bom. Então disse: 'Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança'" (Gn 1.25b-26a).
A solidão foi uma preocupação do Criador desde os primeiros relatos bíblicos: "Então o Senhor Deus declarou: 'Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda" (Gn 2.18). Da mesma forma que Deus não queria estar sozinho em seu mundo criado, desejava também que o homem tivesse com quem compartilhar a benção de dominar sobre essa criação, e então foi feita a mulher.
O Senhor, hoje, nos chama para compartilhar de uma nova e completa alegria, para participar de sua glória e a de seu Filho na eternidade. Pois "Ele (Jesus), pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se a direita do trono de Deus" (Hb 12.2b).
Sua intenção de dividir esse deleite fica clara na parábola do Grande Banquete. Ao ver que aqueles para os quais o banquete havia sido preparado rejeitaram o convite, o homem manda que chamem todos os necessitados pelas ruas para que sua casa fique cheia.
Se os nossos breves momentos felizes só são plenamente desfrutados quando em companhia, que grande prazer temos em saber que o Deus da glória também nos convida a todos para sermos participates da sua eterna e soberana alegria em Jesus.

(Rodrigo Ribeiro)